Comecemos pela comunicação, com um elogio, coisa rara em política. Quando o novo executivo tomou posse e, num dos seus primeiros atos políticos, o Partido Socialista mudou a totalidade da comunicação na Câmara Municipal. A partir daquele momento, uma palavra ou um suspiro do Sr. Presidente e dos seus Vereadores, torna-se num facto político suficientemente capaz de ser publicitado nas redes sociais ou na imprensa local. A verdade é que, os mais de 60 mil euros disponibilizados para contratar uma assessora de imprensa, e outro tanto para contratar um plano de execução de Branding e Marketing ao assessor de campanha do Partido Socialista, fizeram efeito na forma como a Câmara Municipal passou a comunicar com os seus munícipes. Bem ou mal, temos de aceitar: uma assessora e uma empresa de comunicação fazem um excelente trabalho. Não posso deixar de registar e lamentar as vinganças políticas que aconteceram no departamento de comunicação. Bons funcionários foram deslocados para outros locais, preferencialmente, perto dos arquivos municipais onde a sua ação seja limitada e circunscrita a arquivar.
Depois da comunicação, uma outra boa decisão: despachar a Abraçar Paredes como promotora e organizadora de eventos de cariz cultural, por supostas ligações político partidárias e, entregar a organização dos mesmos a outra associação que em nada tem de ligações políticas e partidárias, excepção feita ao facto do presidente da assembleia ser o próprio Presidente de Câmara. Se formos sérios não existe nenhuma incompatibilidade. Isto seria como se num jogo de futebol o árbitro em jogo fizesse parte de uma das duas equipas.
Não tem como correr mal.
Já agora, como quem não quer a coisa, será possível sabermos as contas da dita associação e quanto custaram até agora os eventos organizados? Só por curiosidade.
Ainda o mandato ia a meio e já um orçamento tinha sido aprovado com os votos favoráveis do PS e da CDU e sem diminuição do tão famoso IMI, medida aliás que deu para uns pequenos arrufes entre candidatos. No momento da discussão calorosa do orçamento, o argumento para a não diminuição do IMI foi que a herança do passado era de tal forma pesada que não podiam descer este imposto. A pergunta da oposição, e bem, foi sempre a mesma: que vereador era aquele que aprovava orçamentos e contas da Câmara Municipal e quando se torna presidente de Câmara afirma desconhecer os números? Se isto fosse um casamento arranjado, as desculpas do desconhecido são mais do que entendíveis, mas olhando para a forma como subiram pelo escadote no dia da vitória, o senhor queria tanto a presidência da Câmara, que arranjado deve ter sido apenas o escadote.
Bem, ainda o orçamento estava em discussão e os números da dívida eram descobertos: 50 milhões e não 100 milhões. Afinal, o quadro de drama e terror pintado pelo Partido Socialista não encaixava na realidade. Afinal, o folhetim de escárnio pessoal e político, O Ilusionista, escrito e impresso pela Juventude Socialista, era uma grande farsa. Afinal, os supostos especialistas dos números eram antes especialistas da mentira, do embuste e da falsidade eleitoral.
Mas o ano não parou para ninguém. Para o executivo, novos assessores jotinhas são contratados, mas agora com currículos invejáveis e sem julgamentos ou chacotas nas redes sociais. Na agenda cultural, festas e festins todos os fins-de-semana e, por mera coincidência, iguais aos dos concelhos vizinhos. Na agenda da imprensa local, conferências de imprensa a prometer megaprocessos judiciais, mas que na verdade ainda nada consumaram. Ou então, corridas de automóveis e de motorizadas que segundo os promotores têm colocado Paredes no mapa do automobilismo nacional. Quem não viu as horas e horas dedicadas pela imprensa nacional aos demais eventos a decorrer nas avenidas do Parque da Cidade? Atenção, o Rally de Portugal não conta, pois foi trazido pelo anterior executivo e que se bem me lembro, foi uma herança pesada.
O aniversário de um ano estava ali a poucos meses de ser realizado, mas o Partido Socialista queria apostar forte nas comemorações e, portanto, decide que era altura de poder ensinar alguma coisa aos Paredenses. Começaram por explicar que afinal o problema da recolha do lixo em Paredes não estava na gestão do processo de recolha e na mobilização de meios, mas antes na produção de lixo em excesso pelos Paredenses. Descobrimos também que, afinal, existe reciclagem a mais em Paredes e a Câmara Municipal não consegue atender ao indomável espírito verde dos paredenses. É verdade caro leitor, apesar deste parágrafo parecer retirado do Inimigo Público, a verdade é que estas são as razões para a incompetência ambiental elencadas pela Câmara de Paredes. A realidade supera em larga margem a ficção. Só tenho pena que esta superação seja alcançada pelo nosso executivo municipal numa área tão sensível como a do ambiente.
Contudo, o Partido Socialista não fica contente e precisa de mais. E qual é a solução? Fácil. Decide automatizar os serviços municipais urbanísticos e a partir do mês transato é possível aprovar um projeto de alteração urbanística em pouquinhos dias. Caro munícipe, licenciar em Paredes é fácil, apenas tem V. Ex.ª de saber escolher bem o seu contabilista. Saiba escolher caro Paredense, é a dica que deixa o nosso executivo municipal.
E, num resumo rápido, passou um ano em Paredes.
Para terminar, quero deixar um enorme elogio à nova comissão política da JSD Paredes que tomou posse no passado sábado no campo de golf do aqueduto. Poucos entendem o que vos quero transmitir, mas divirtam-se muito a fazer política diariamente, porque no final dos 30 são momentos como esses que ficam nos vossos corações. Mas, quanto a saudosismos, na última despedida da JSD, que está mercada para o próximo mês de dezembro no congresso distrital, dedicarei uma crónica à minha despedida desta estrutura.
Até à próxima!