Naturalmente, a mesma lei também previa que fossem transferidos os recursos capazes e suficientes para o exercício daquelas funções… Mas, no Concelho de Valongo a Câmara optou por assumir um comportamento de total desprezo pelo trabalho das Juntas de Freguesia e forçou um péssimo acordo que as Juntas que, iludidas com a receita prevista, aceitaram! Pois não foi por falta de aviso… Mas Ermesinde foi também forçado a aceitar o pior acordo de sempre.
Entre funcionários maltratados e desmotivados, máquinas velhas e espaços ajardinados completamente secos e abandonados, lá foram as Juntas levando a sua “cruz ao calvário” e tentando fazer o melhor que conseguiam, sem qualquer colaboração da Câmara.
Quatro anos após, o cenário repete-se. Os recursos financeiros crescem por força do aumento das áreas ajardinadas a tratar, e as Juntas aceitam tratar dos jardins privados do município, para poderem receber mais alguns euros…
A grande novidade desta versão 2.0 é a atribuição de cinco mil euros anuais para equipamento, montante igual para todos! Até não seria mau se todos as freguesias tivessem a mesma área para cuidar, o que obviamente não sucede. Ora, não é preciso tirar um curso para perceber que o desgaste das máquinas é tanto maior, quanto maior for a área a tratar…
Mais uma vez, um péssimo negócio para as freguesias que, quer em jardins, quer em varredura, têm áreas muito diferentes. E o custo da água? É que também as Juntas viram o seu tarifário aumentado em 100%! O custo com a rega dos jardins vai duplicar e, para ocultar o mau negócio, vamos assistir a jardins secos, apelidados de “jardins amigos do ambiente”, e afinal o aspeto amarelado dos jardins será propositado, pois o país está em seca extrema…
E, muito provavelmente, lá irá o Presidente da Câmara enviar um panfleto à população, a atribuir a culpa do mau serviço às Juntas de Freguesia…
Tal como Cristo foi traído com um beijo, talvez estejamos numa versão Judas 2.0 ao nível autárquico. O tempo o dirá.