O AVES Maia/Valongo, a par com o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), os ACES Porto Oriental e a Unidade Local de Saúde do Alto Minho vão levar a cabo um projeto piloto de alta de recém-nascidos antes das 48 horas de vida.
Denominado “Regresso a Casa”, esta é uma ideia desenvolvida com a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e “prevê o acompanhamento do recém-nascido, da mãe e do núcleo familiar, desde a alta hospitalar até à total integração no lar, através de consultas e cuidados do puerpério (ex. como ensinar a amamentar) no domicílio, com envolvimento dos médicos neonatologistas e enfermeiros dos cuidados de saúde primários”.
Segundo o ministério da Saúde avança em comunicado, “a alta nas primeiras 48 horas de vida representa um avanço no paradigma da abordagem do recém-nascido no período pós-parto”. É “seguro e benéfico para o bebé e para a mãe”, porque “além de não aumentar o risco de complicações maternas ou neonatais, tem um impacto significativamente positivo na experiência familiar e no sentimento de parentalidade positiva”.
Fernando Araújo, diretor executivo do SNS, sublinha que é a estrutura que dirige tem que “assegurar a atualização constante dos seus procedimentos, salvaguardando sempre um equilíbrio entre a humanização de cuidados e a segurança de todos os cuidados prestados a puérperas e recém-nascidos”. E este projeto vai permitir a Portugal “alinhar os seus procedimentos, com as melhores práticas internacionais nos cuidados prestados a mães e recém-nascidos, que poderão passar a disfrutar das primeiras horas de vida em conjunto no conforto do seu lar, com o apoio de toda a infraestrutura de cuidados de proximidade”.
Acrescenta ainda o dirigente, citado na nota de imprensa que, “este projeto-piloto, inédito, permitirá lançar as bases para que a mesma iniciativa seja implementada noutros hospitais de forma a generalizar esta abordagem do recém-nascido”, reduzindo “os tempos de internamento e melhorar a gestão em saúde, reduzindo custos e carga de trabalho dos profissionais”.
Maria João Baptista, especialista em cardiologia pediátrica, professora universitária e presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de São João, destaca que com o “Regresso a Casa” existirão “melhores cuidados aos recém-nascidos”, uma “maior satisfação parental e o cumprimento de um dos objetivos centrais na abordagem moderna, de elevada segurança e suportada pela evidência científica” do bebé.