Cerca de 350 atletas, dos escalões do futebol de formação, da União Desportiva Valonguense estão impedidos de treinar no Estádio Municipal de Valongo, devido ao abatimento de partes do relvado sintético, avança o clube num comunicado disponível na página da colectividade. Já a autarquia local diz estar a estudar soluções.
O clube entende a interdição do campo, por parte da Câmara Municipal de Valongo, por motivos de segurança, o que impossibilita “a realização dos treinos das equipas de formação”. O Valonguense diz estar em conversações com a edilidade, “no sentido de ser encontrada uma alternativa, a curto prazo, que possibilite a continuidade dos treinos aos mais de 350 atletas”, que incluem crianças e jovens, dos oito aos 18 anos”.
Só que, e segundo o mesmo comunicado, as alternativas apresentadas pela pelouro do Desporto não são satisfatórias. São elas: a utilização do pavilhão da Escola Secundária de Ermesinde, que é “pequeno para as necessidades das nossas equipas”. Também o uso do sintético, da zona industrial de Alfena, mas “apenas disponível a partir das 22h00”, o que representa um horário “tardio”, tendo em conta que seria utilizado por crianças. Para além disso, não tem “casas de banho nem balneários”.
“Tal como a Câmara Municipal, o clube também quer garantir a segurança dos atletas, sem prejudicar a confiança dos pais e famílias que confiaram os seus filhos à UD Valonguense”, revela a nota, acrescentando que o clube já propôs ao município “comparticipar financeiramente a colocação de um relvado sintético no Estádio do Calvário”, o que iria permitir “às camadas mais jovens treinar no estádio principal que beneficia de mais acessibilidades de transportes públicos”, ao mesmo tempo que “libertaria o clube da despesa avultada com a manutenção do relvado natural”. Outra solução, seria disponibilizar “outros espaços municipais em horários mais adequado para os treinos das camadas jovens”.
Perante este impasse, e caso “não seja encontrada uma alternativa viável”, o Valonguense teme que os seus atletas se vejam obrigados a procurar soluções “nos concelhos vizinhos soluções para a prática da modalidade”, algo que esta estrutura rejeita.
O clube quer, por isso, que seja encontrada uma alternativa, “a curto prazo, que respeite atletas, pais, famílias, dirigentes e equipas técnicas”, mas também o seu “bom nome” que tem “mais de 85 anos de vida”.
“Não queremos que este seja o início do fim de um clube quase centenário que muito tem dignificado” Valongo, sendo que é certificado pela Associação de Futebol do Porto, tendo mais de 250 jogadores inscritos na Federação Portuguesa de Futebol, concluiu o comunicado.
Por seu lado, o vereador do Desporto, Paulo Esteves Ferreira, recordou, em declarações ao JN, que o campo “foi construído numa zona onde existiam minas e muitos poços de ventilação dessas minas” e que nos últimos nove anos têm tentado “mitigar” o grave problema herdado do executivo anterior.
A solução, defendida por técnicos, “passa pela construção de um ensoleiramento geral com a dimensão do campo e colocado de novo relvado”, o que poderá evitar a repetição desta situação.
Ainda segundo o vereador, o projecto está em fase de conclusão para se poder “lançar o concurso da empreitada”, esperando a autarquia que a obra esteja concluída “dentro de um ano”, disse ainda ao diário, acrescentando que o equipamento “faz falta”.