O eurodeputado Paulo Rangel está preocupado com o “cenário de abandono” que encontrou numa visita realizada com elementos do PSD local à Citânia de Sanfins, uma “importante zona arqueológica da civilização castreja na Península Ibérica”.
“Isto é um crime contra a história de Paços de Ferreira e de Portugal. Em qualquer país da Europa estaria muito mais bem cuidado, este está ao abandono, exposto ao vandalismo e até ao roubo. Algumas pedras que sobreviveram já não estão cá, porque são valiosas. Está exposto a isto, não tem nenhuma visibilidade turística, nem identitária”, lamentou, culpando a Câmara liderada pelo PS pela “inexistência de um programa de revitalização da Citânia de Sanfins” e chamando a administração socialista de “negligente”.
“Como é possível uma autarquia ter um tesouro desta natureza e isto estar assim completamente esquecido. Nos anos 70 do século passado havia mais consciência de que Sanfins existia do que há hoje. Isto é uma vergonha local e nacional. Dar visibilidade a este castro é essencialmente um acto de cultura e de justiça para a história de Paços de Ferreira. Era importante reativar o programa de escavações, sabemos que há aqui tesouros, porventura ainda mais impressionantes dos que já foram descobertos, e até de várias fases, como a castreja, a romana e pós-romana. E com base num estudo feito por arqueólogos e historiadores, que possam produzir bibliografia, conhecimento e avaliação, devia ser preparada uma candidatura a Património Mundial da UNESCO, porque existe condições para isso”, defendeu ainda.
Também o presidente da Distrital do PSD Porto, Alberto Machado, apontou a “inacção por parte da autarquia de Paços de Ferreira” quanto àquele património e adiantou que “a Citânia de Sanfins será um dos eixos prioritários do programa eleitoral que o PSD irá apresentar aqui no concelho”. “O PSD Paços de Ferreira vai apresentar propostas que visem a projecção cultural daquele castro e do restante património cultural de uma forma integrada com as restantes dimensões, como a economia, edução e parte ambiental”, referiu Alexandre Costa, presidente da comissão política do PSD Paços de Ferreira.
Contactada, a Câmara de Paços de Ferreira não reagiu a estas acusações.