A candidatura de Simão Ribeiro a Presidente da Câmara de Lousada vai ser um marco. Pela primeira vez, teremos um candidato que é, apenas, um político. Além de uma pessoa pouco conhecida numa forte franja da sociedade, não tem propriamente um currículo de trabalho que seja impressionante. Além de deputado – cargo resultante da sua liderança na JSD – pouco mais existe de relevante que demonstrem trabalho árduo ou capacidade de enfrentar os desafios que se colocam a Lousada. Os Lousadenses tendem a não se identificar com pessoas cuja vida se limitou à política e nada mais têm a mostrar…
Leonel Vieira e Simão Ribeiro não podiam, pois, ser candidatos mais distintos. E se o primeiro conseguiu bons resultados nas três campanhas que levou a cabo, o segundo arrisca-se a ter dos piores resultados eleitorais dos últimos anos, provavelmente abaixo dos oito mil votos. Tudo dependerá, claro está, se o Chega decide entrar ou não na corrida autárquica em Lousada e, assim, roubar votos à direita do PSD. É preciso não esquecer o peso que o CDS-PP já teve no concelho e a existência de uma forte ala de direita no concelho. André Ventura recolheu mais de 1500 votos nas Presidenciais e isso poderá ser um número a ter em linha de conta.
Quem esfregou as mãos ao saber da escolha da Comissão Política Concelhia foram Rui Rio e a direção nacional do PSD. Nada melhor para afastar uma figura do “passismo” que ainda ensombra Rio e tentar mover peças para controlar uma das maiores concelhias sociais-democratas do país, já de si extremamente limitada com as medidas de transparência no pagamento das quotas implementadas pelo próprio Rui Rio.
A jogada de antecipação de Simão Ribeiro pode resultar (na verdade, esta é uma candidatura para daqui a 4 anos…) ou pode ditar o fim antecipado de uma carreira política cujo apogeu, provavelmente, já aconteceu há uns anos. Veremos se Rio resiste às autárquicas e se Simão Ribeiro resiste ao embate!