Verdadeiro Olhar

39 bombeiros de Cete em protesto pedem demissão do comando e da direcção

A polémica está instalada nos Bombeiros Voluntários de Cete. 39 bombeiros entregaram, esta quinta-feira, os capacetes e o pedido para passarem ao Quadro da Reserva e garantem que só voltarão ao serviço caso o comandante, José Luís Silva, e a direcção da associação humanitária se demitirem.

Tanto o comando como a direcção dizem que não vão ceder a este ultimato para o qual não entendem os motivos e falam em “sede de poder”. Também asseguram que o socorro de pessoas e bens não está em causa.

 

Comandante e direcção não pretendem demitir-se

Segundo o JN, os 39 bombeiros criticam o comandante pela ausência nos teatros de operações; dizem que há avaliações ilegais de bombeiros e introdução de horas fictícias de serviço; falta de comunicação e de formação; incumprimento de regras na condução de processos disciplinares; alteração de notas de avaliação de estagiários e afirmam que o quartel tem apenas um elemento de serviço durante toda a noite. Por outro lado, acusam a direcção de falta de transparência das contas e de má gestão.

Contactado pelo VERDADEIRO OLHAR, José Luis Silva diz que os bombeiros “não reivindicaram nada, nem disseram o que queriam que fosse feito de diferente”. “Acho que é sede de poder. Nunca ninguém me fez queixas directamente e as críticas agora apresentadas não têm fundamento”, garante o comandante.

José Luís Silva adianta que vai chamar os elementos contestatários um a um para tentar perceber os motivos. “Não pretendo demitir-me. Não estou agarrado ao poder, mas não vou sair sem motivos”, garante. O comandante assegura ainda que o socorro está assegurado e que, em caso de necessidade, as corporações vizinhas já se disponibilizaram para ajudar.

Também o presidente da direcção da associação humanitária diz não ter percebido esta atitude. “Até podem ter razões, mas não são suficientemente válidas do meu ponto de vista. Talvez seja sede de poder”, diz Celso Moreira.

Depois de algumas críticas e “conversas de corredor”, o dirigente diz que optaram por realizar uma reunião com o corpo activo, esta quinta-feira. “Quando pedi para exporem as razões das críticas disseram só que ou ia o comandante embora ou iam eles”, conta.

O ultimato não foi aceite e os bombeiros prometem que não voltam ao serviço. “Pela direcção o comando fica. Não houve hipótese de negociação. Lamentamos essa postura”, sustenta o presidente. “Agradeço a todos os que ficam, por terem espírito de voluntários, e conto com eles”, acrescenta.

Para já, a direcção promete acompanhar a situação e também garante que não está em causa a protecção de pessoas e bens.