Durante 24 horas, Valongo e Gondomar foram o palco de um exercício de simulação de uma situação sísmica, que envolveu 150 operacionais e internacionais. O antigo sanatório revelou-se o sítio ideal para as 30 equipas treinarem a cooperação dos elementos de Protecção Civil quando enviados para cenários de catástrofe.
O exercício realizado pelo terceiro ano, mas pela primeira vez em Portugal, foi promovido pela Associação Europeia de Equipas Voluntárias de Protecção Civil (EVOLSAR) e coordenado pela Escola Portuguesa de Salvamento. Francisco Rocha, director da instituição portuguesa, sedeada em Valongo, em declarações ao VERDADEIRO OLHAR, explicou que o exercío de resposta a uma situação sísmica com ajuda internacional “foi bastante positivo”. Apesar da barreira linguística, uma vez que estiveram envolvidos 10 países (Itália, Malta, Grécia, Hungria, Chipre, Sérvia, Inglaterra, EUA, Espanha e Portugal), os 150 operacionais conseguiram comunicar e cumprir com o objectivo delineado. “Foram 24 horas sem parar”, explicou, realçando que se fosse necessário o trabalho prosseguiria sem problemas, conseguindo-se “testar a ligação entre a operação internacional e a resposta necessária e o trabalho no terreno”. O exercício decorreu em vários cenários em simultâneo, nomeadamente em contexto habitacional e hospitalar.
Há capacidade de socorro mas falta de treino na simulação de situações reais
Francisco Rocha destacou a importância de treinar equipas em situações reais, já que, quando enviadas para cenários de catástrofe, têm de trabalhar em conjunto, logo com protocolos e procedimentos conciliados. O director da Escola Portuguesa de Salvamento defende que a nível nacional existe “capacidade de socorro”, apesar de “haver falta de treino” nestas situações de simulação de situações reais. “Portugal tem ainda muito a aprender”, disse, acrescentando que “o exercício de treino é muito importante” para que na eventualidade de haver uma situação real esteja tudo a postos para se ter sucesso na colaboração de várias equipas de socorro e resgate.
O exercício realizado este fim-de-semana em Valongo é para repetir já no próximo ano em Malta. O exercício de uma simulação de uma situação sísmica nos países que integram a Associação Europeia de Equipas Voluntárias de Protecção Civil iniciou-se há três anos, em Itália e na Grécia. Depois de Malta, adiantou Francisco Rocha, segue-se a Inglaterra, em 2017.
Em Valongo estiveram ao todo 30 equipas de dez países, num total de cerca de 150 operacionais, uma centena deles portugueses. De Portugal participaram sete corporações de bombeiros e oito equipas de voluntários.