Em 2020, ano marcado pela pandemia, a sub-região do Tâmega e Sousa sofreu uma redução de 15% nas exportações face ao ano anterior. Já a Área Metropolitana do Porto sofreu uma quebra de 9,4%.
Olhando aos cinco concelhos seguidos pelo Verdadeiro Olhar, a redução mais acentuada foi em Lousada, em que se exportaram no ano passado menos 40% de bens, uma redução de 185 para 111 milhões de euros.
Segue-se Paços de Ferreira, onde a quebra atingiu os 17%, passando o concelho de 439 milhões de euros em bens exportados em 2019 para 364 milhões de euros em 2020. Em Paredes, a descida nas exportações rondou os 12%. Se em 2019 as empresas do concelho tinham exportado 376 milhões de euros, esse valor baixou em 2020 para os 332 milhões de euros.
Valongo sofreu a menor quebra, de 3%, passando de 166 para 161 milhões de euros de bens exportados, quando se comparam 2019 e 2020.
Penafiel foi o único concelho a contrariar a tendência, ainda que de forma ligeira. Em 2019, as exportações das empresas penafidelenses foram de 175 milhões de euros e em 2020 de 179 milhões de euros, um aumento de 2,3%. Mas 2021, mostra o relatório trimestral Norte Conjuntura da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte, onde constam estes dados, houve quebras acentuadas das exportações em relação ao mês de Janeiro de 2020, sendo Penafiel um dos exemplos.
“Evolução negativa das exportações do Tâmega e Sousa em Janeiro”
A evolução das exportações das sub-regiões do Norte foi “assimétrica” em 2020, refere o relatório da CCDR-N. “Depois de uma forte queda no 2.º trimestre, que atingiu todos os territórios, iniciou-se uma trajectória de recuperação a ritmos diferentes nos trimestres seguintes. Em algumas sub-regiões, nomeadamente Terras de Trás-os-Montes, Alto Minho e Ave, as exportações de bens no 4.º trimestre de 2020 já tinham superado o valor do período homólogo de 2019, enquanto nas restantes o valor ainda se encontrava a nível inferior ao de há um ano em razão de uma retoma mais lenta”, explica o documento. Aí se enquadram quer a Área Metropolitana do Porto, quer o Tâmega e Sousa.
Já em Janeiro deste ano, “fruto de uma contracção mais aguda do comércio internacional as exportações de bens diminuíram, acentuadamente, em todas as sub-regiões do Norte, face ao período homólogo de 2020, agravando a tendência de queda que já se vinha a acentuar no mês precedente”.
Segundo o relatório, “a maior exposição dos territórios à produção de bens não alimentares está a provocar uma evolução mais negativa das exportações em consequência da restritividade social à escala mundial”. É o caso do Tâmega e Sousa onde as exportações de bens “observaram uma redução acentuada de 14,2% no 4.º trimestre de 2020 face ao homologo de 2019”. Em Janeiro, refere o documento, houve nova redução de 13,2% face ao mesmo mês do ano anterior. Estas quebras são justificadas sobretudo pela queda nas exportações de vestuário e seus acessórios (-35,9%), de calçado, polainas e artefactos semelhantes (-8%) e de móveis (-18,9%) “que contribuíram para a evolução negativa das exportações do Tâmega e Sousa em Janeiro”.
Na Área Metropolitana do Porto, “principal sub-região exportadora do Norte”, a quebra foi de 1,6% no 4.º trimestre (face ao homólogo), um desagravamento face ao trimestre anterior. “Havia sinais de que as exportações nesta sub-região estariam numa trajectória de recuperação para níveis pré-pandemia. No entanto, em resultado da alteração do contexto económico, as exportações da AMP observaram uma redução de 11,3% em Janeiro face ao mesmo mês de 2020”, conclui o relatório.
Quebras elevadas em Paços de Ferreira e Penafiel em Janeiro
Numa análise feita a nível concelhio, a CCDR-N salienta que, na sub-região do Tâmega e Sousa, os concelhos “observaram uma deterioração da procura externa no 4.º trimestre de 2020, que se acentuou em Janeiro de 2021”. O relatório dá como exemplo Penafiel, em que as exportações de bens diminuíram 1,1% no 4.º trimestre de 2020 face ao trimestre homólogo de 2019, invertendo a tendência de crescimento que vinha do trimestre anterior. “2021 trouxe um considerável agravamento da situação económica com as exportações de Penafiel a diminuírem 19,3% em Janeiro face ao mesmo mês de 2020”, informa o documento.
Exemplo são também Felgueiras e Paços de Ferreira, “os dois principais exportadores da sub-região”, Ambos os concelhos sofreram “uma redução acentuada no 4.º trimestre”, de 10,% em Felgueiras e 15,8% em Paços de Ferreira. Em Janeiro de 2021, as exportações voltaram a diminuir nos dois concelhos (face ao mesmo mês de 2020), sendo a quebra de 24,2% em Paços de Ferreira.