Verdadeiro Olhar

15 equipas de sapadores florestais reuniram-se em Paredes em acção de formação

Um total de 15 equipas de sapadores florestais (13 do distrito do Porto e duas equipas do distrito de Braga) estiveram, esta terça-feira, reunidas no quartel dos Bombeiros de Paredes, numa acção de formação que teve como objectivos  dotar os participantes de conhecimentos e competências na área da segurança e prevenção de fogos florestais, rescaldo e consolidação de incêndios, entre outros módulos.

No âmbito do seminário foram, também, apresentadas as novas viaturas entregues aos sapadores florestais.

Silvino Sousa, técnico do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), coordenador de prevenção estrutural para o distrito do Porto, também, responsável pelas equipas de sapadores florestais, revelou que estas acções são fundamentais e ajudam na intervenção e na prevenção, naquele que é o enfoque de actuação dos sapadores florestais.

“Os sapadores são uma força de prevenção que no Verão fazem vigilância, estão em zonas estratégicas de estacionamento, mais próximos de zonas de eclosão nos dias mais quentes, são accionados pelo ICNF, entidade que não dá subsídios, compra serviços, compra metade dos dias úteis destas equipas, e por isso eles trabalham a maior parte do ano a cortar mato em sítios que o ICNF determina e na outra metade fazem o apoio na primeira intervenção ou nos rescaldos e na consolidação das ignições, que é, igualmente um trabalho determinante”, disse, salientando que os sapadores florestais também são agentes de protecção civil podem ser activados pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, constituindo, pelo conhecimento que têm do terreno e pela proximidade ao mesmo, um importante aliado dos restantes agentes da protecção civil na prevenção e combate aos incêndios.

“Todos somos poucos na prevenção e combate aos incêndios. Uns vestem de amarelo, outros de vermelho, mas agimos com o mesmo propósito”, atestou, frisando que a escolha do quartel dos Bombeiros de Paredes para este seminário se deveu à relações de proximidade que mantém com a estrutura directiva e o comando e pelo facto do quartel  dispor de condições logísticas para acolher as 15 equipas que estiveram em Paredes.

Falando do trabalho que as autoridades ligadas ao sector da prevenção e combate aos incêndios têm realizado, Silvino Sousa realçou que foi feita uma aposta significativa do Governo na área da prevenção, nomeadamente com a aquisição de novas viaturas e na formação.

“Há carros antigos, mas há carros com qualidade que foram adquiridos. Agora, é fundamental sejam seguros. Não é só os homens, as máquinas têm de ser seguras. Os sapadores receberam 44 carros novos mas tiveram que entregar 40 carros velhos. Há um esforço de formação. As equipas tiveram formação  de incêndios e silvicultura para termos agentes mais bem formados porque este é um trabalho duro”, expressou, acrescentando que apesar do esforço feito no sentido de apetrechar as equipas  do programa de sapadores, só no próximo ano vai ser possível atingir as 500 equipas. “Os recursos são os possíveis”, atestou.

“O ano de 2017 de certeza que nunca mais vai acontecer”

Referindo-se à época de incêndios florestais e à previsibilidade de ignições que podem voltar a acontecer, Silvino Sousa esclareceu  que é pouco provável que o que aconteceu no ano transacto volte a acontecer este ano.

“Já trabalho nisto há 25 anos, não se pode comparar uma ignição que arde um metro quadrado com uma ignição que consome 50 hectares. O ano de 2017 de certeza que nunca mais vai acontecer. Vários factores se conjugaram para que o que sucedeu tivesse ocorrido. O que aconteceu em Junho, em Pedrogão Grande, foi uma situação anormal. Quem leu o relatório técnico, claro que o Ministério Público está a fazer o seu trabalho, sabe há factores estranhos que os humanos não conseguem prever”, afiançou, sublinhando que mesmo os incêndios de Outubro foram um caso paradigma, em que se associaram vários factores.

Ao Verdadeiro Olhar, o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Paredes, Mário Sousa, justificou a escolha do quartel da corporação para este encontro com o facto da base de apoio logístico do distrito do Porto estar instalada no quartel, deste equipamento dispor de condições para acolher este tipo de eventos e existir uma parceria entre os sapadores florestais e os bombeiros, que classificou de parceiros de profissão.

A iniciativa contou com o apoio do engenheiro da Câmara de Penafiel, Paulo Bessa.

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